O SILÊNCIO DO ORFEU REBELDE E OUTROS ESCRITOS SOBRE MIGUEL TORGA, de Cid Seixas, é uma reunião de textos publicados em jornais, revistas e outras fontes, sobre a obra do escritor português, apontado por Jorge Amado como mais o legítimo candidato da língua portuguesa ao Prêmio Nobel. Neste pequeno livro, publicado em 1999, em edição impressa, e disponibilizado agora em suporte digital, às vezes, o foco resvala da obra para o homem, numa confissão involuntária da crença segundo a qual a escrita se enriquece pelo conhecimento da vida que a gerou.
DESATINO ROMÂNTICO E CONSCIÊNCIA CRÍTICA.
UMA LEITURA DE AMOR DE PERDIÇÃO, DE CAMILO CASTELO BRANCO.
Esta abordagem do livro conduz
o leitor aos descaminhos do texto, com suas certezas e contradições. A mais
romântica das novelas camilianas é vista como antecipação realista, saltando do
confronto ao ultrapasse. Metonímia, deslocamento e caricatura são recursos de
uma construção fraturada pelo oscilar entre o rigor iluminista e a fluência da
emotividade popular que balizaram o autor.
DA INVENÇÃO À LITERATURA: TEXTOS DE TEORIA E CRÍTICA
NOVENTA ANOS DO MODERNISMO, por Cid Seixas.
Segundo Eugênio Gomes: “Godofredo Filho é o legítimo
precursor do modernismo na Bahia e um dos melhores poetas brasileiros de sua
geração. A rigor, não pertenceu ao grupo de Chiacchio; tinha-se antecipado,
alguns anos, em escandalizar as tranquilas consciências literárias de nossa
terra, com experiências surrealistas que, se fizeram rir a muitos, deixaram outros
apreensivos, pois, também havia certa ordem nessa loucura.” Neste texto,
Cid Seixas apresenta as suas primeiras impressões sobre as contradições do
modernismo baiano, ora marcado pelas tradições regionais, ora em busca de uma
modernidade livre dos percalços da Semana de 22.
DO INCONSCIENTE À LINGUAGEM. UMA TEORIA DA LINGUAGEM NA DESCOBERTA DE FREUD. Por Cid Seixas.
Paralela e independentemente dos postulados de Saussure, Freud esboçou uma teoria neurológica da linguagem que ultrapassa os limites da ciência situada no limiar dos séculos XIX e XX para se inscrever entre as formulação de uma nova e avançada filosofia da cultura. Desde os escritos iniciais, passando pelo Projeto de 1895, até os últimos textos que nos legou, Freud vincula a linguagem verbal aos elementos das suas tópicas. A bibliografia constante deste trabalho coincide com os momentos em que a palavra fulgura como condição da consciência e estrutura concreta do inconsciente.
LITERATURA E INTERTEXTUALIDADE, de Cid Seixas, é um estudo sobre a ressonância de vozes no texto literário, que demonstra o permanente diálogo mantido pelas obras entre si, ou pelas diversas manifestações artísticas, onde um texto remete ao universo de outro texto; e onde uma composição musical evoca outra composição. Pintura, arquitetura, cinema, teatro, música e literatura são exemplos de expressões artísticas que não ficaram imunes ao diálogo das obras entre si, numa cumplicidade aliciante para com o público. A troca de experiências é uma atitude essencial do homem, também assumida por uma das manifestações mais complexas do seu espírito: a arte.
TRADIÇÃO E MODERNIDADE. A LITERATURA NA BAHIA | 1.
Por Cid Seixas. Com o subtítulo Impasses e confrontos de uma vertente regional, esta coleção planejada pelo autor pretende reunir diversos textos escritos sobre o tema, ao longo das suas atividades jornalísticas e acadêmicas. Inicialmente, o plano compreende as primeiras manifestações do modernismo na Bahia e seu desdobramento imediato propiciado pelos acontecimentos dos anos trinta do século passado. Constituem este primeiro volume os artigos “GodofredoFilho, pioneiro do modernismo na Bahia”, “Modernismo e tradicionismo na Bahia”, “Quando a poesia era uma festa”e “A poesia do Decano”. Aqui são vistos os embates entre grupos divergentes na sua compreensão do modernismo.
1928: Modernismo e maturidade. A literatura na Bahia | 2. Por Cid Seixas
Neste volume são incluídos
cinco textos cujo enfoque contempla o amadurecimento das propostas de 22
trazidas pelos acontecimentos pós 1928. São eles: “Do modernismo paulista ao
regionalismo do Nordeste”, “Uma gesta cabocla do modernismo brasileiro”, “O
sumiço da santa: síntese do romance urbano de Jorge Amado”, “O romancinho dos
turcos” e “Edsos Carneiro, o etnólogo e o poeta desconhecido”. A série de e-books A
Literatura na Bahia, com o subtítulo Impasses
e confrontos de uma vertente regiona, leva gratuitamente ao público
da rede mundial de computadores importantes informações sobre a vida cultural
baiana.
Por Cid Seixas. A autor discute como os Anos 30
foram emblemáticos para a Literatura Brasileira e, especialmente, para a velha
capital da Bahia. Apenas, a partir de 1928 a modernidade artística ganhou
relevo na Cidade do Salvador que, já nos primeiros séculos de presença
européia, perdeu a condição de metrópole colonial. O padre Antonio Vieira, com
sua formação barroca inteiramente constituída na Bahia, foi o escritor de maior
expressão da nossa língua. Nenhum outro, formado no Reino representou tão bem o
espírito barroco que, assim, pode ser considerado mais uma construção da
colônia do que da metrópole. Gregório de Matos, formado em Coimbra, inaugurou a
poesia do novo país e, embora pioneiro, não teve a força do prosador educado na
província selvagem, cortada pelos reflexos da civilização hispânica. Depois da
representatividade literária dos primeiros tempos, somente em raros momentos,
como o dos anos 30, a Bahia foi protagonista da cena nacional.
FINAL DOS ANOS XX. A LITERATURA NA BAHIA | 4
Por
Cid Seixas.
Este
livro é formado por quinze artigos em torno de obras e autores baianos com
destacada atuação no período. Os textos foram retirados do acervo da coluna
“Leitura Crítica”, assinada por Cid Seixas de 1994 a 1998, no jornal A
Tarde, de Salvador. Aleilton Fonseca, Antonio Torres, Aramis Ribeiro Costa,
Bráulio de Abreu, Cyro de Mattos, David Salles, Elieser Cesar, Euclides Neto,
Gláucia Lemos, Guido Guerra, João Carlos Teixeira Gomes, Ruy Espinheira Filho e
outros figuram no livro, sem refletir preferência ou hierarquia, pelo fato de
suas obras terem sido abordadas nos últimos anos da coluna, dedicada a livros e
autores brasileiros e estrangeiros.
PEJI DE INVENTOS
A LITERATURA NA BAHIA | Livro 5
Este quinto volume da série Literatura na Bahia reúne dez textos escritos em momentos e circunstâncias diversos, tendo como ponto de identidade o fato de tratar de autores e obras que resultam da condição de ser ou estar baiano. Entende-se a segunda como um modo de caracterizar pessoas que tendo nascido fora, passaram a morar na Bahia e incorporaram traços do viver local. O título do volume resulta da minha própria vivência de baiano de uma cidade negro-mestiça do recôncavo. Em Maragogipe, terra habitada por caboclos, caiçaras, curibocas, negros e alguns brancos, era mais ou menos comum, em meados do século passado, utilizar o termo “peji”, pronunciado baianamente como “piji”, não apenas para designar os espaços sagrados da Umbanda e do Candomblé, mas para caracterizar um lugar onde se vai amontoando um mundo de coisas.
Coleção Literatura na Bahia, 5
Livro I | A natureza ideológica
da linguagem
A pesquisa de Cid Seixas, empreendida no final dos anos 70 sobre a
linguagem, numa perspectiva da cultura e da ideologia, contrariando os estudos
imanentes do estruturalismo, antecipou importantes questões hoje em debate. Entre
as manifestações favoráveis ao seu trabalho pioneiro, está a do filólogo
Antonio Houaiss, como integrante da banca que avaliou o seu primeiro trabalho
acadêmico de porte.LINGUAGEM, CULTURA E IDEOLOGIA
Livro I | A LINGUAGEM, ORIGEM DO CONHECIMENTO
A perspectiva de Saussure, ao reconhecer apenas a imanência
da forma, contraria a crença de autores que opõem o conceito de estrutura ao de forma.
Para Lévi-Strauss, enquanto a última se refere apenas a uma face do objeto, a estrutura
abrange o objeto como um todo em que as
partes se articulam. Nesta visão estaria a chave para compreender a
influência do estruturalismo nas ciências da cultura.
Livro IV | o contrato social da
linguagem
Se a língua é um repositório cultural, onde se guardam as conquistas do
homem, nos planos objetivo e subjetivo, ela, ao desempenhar o papel de
instrumento de comunicação, influencia o ouvinte e participa ativamente da
constituição das novas formas da cultura, que são a materialização da sua
memória simbólica.
Livro V | A linguagem: do
idealismo ao marxismo
Do mesmo modo que é difícil para o estudioso de hoje conceber a
realidade como simples resultado de formas apriorísticas da subjetividade –
ponto de onde parte a tese idealista –, é igualmente inaceitável a hipótese
materialista que pretende desconhecer o papel do indivíduo cognoscente,
reduzindo a realidade aos fatos objetivos.
STRAVINSKY: UMA POÉTICA DOS SENTIDOS
OU A MÚSICA COMO LINGUAGEM DAS EMOÇÕES
O ponto de partida da discussão presente neste livro está centrado na obra de Igor Stravinsky Poética Musical, resultado de uma série de seis conferências proferidas, em 1939, na Universidade de Havard, quando o compositor ocupou a Cátedra de Poética Charles Elliot Norton. O fato de um músico ocupar uma cadeira de poética foi recebido com estranheza por algumas pessoas, mas a leitura das partes, ou conferências, que compõem o texto de Stravinsky não deixa margem para qualquer dúvida a respeito da natureza da referida cátedra e da propriedade do tema abordado pelo maestro russo. Lembre-se que durante o século XX grandes escritores e teóricos, como Ítalo Calvino, Umberto Eco e outros proferiram suas seis lições ou propostas para o próximo milênio.
CASTRO ALVES E O REINO DE EROS,
por Cid Seixas
A moral sexual da
cultura romântica, rasgada por contradições e conflitos, é marcada pela tensão
entre o delírio fantasioso do desejo e a expiação obsessiva de culpas
imaginárias. O homem, incendiado pela ânsia de vida e de amor, se proíbe a
plenitude dessa experiência, recusando à mulher a condição de parceira na
procura lúdica. Só é considerada merecedora do amor romântico a virgem de
pureza passiva, enquanto a mulher que não se deixa vencer pelo bloqueio da
libido poderá ser, apenas, objeto de desejo, saciado no fogo infernal do
desprezo e da condenação moral romântica. Diante desse
quadro, a obra de Castro Alves surge como uma ilha isolada e plena de desejos,
contrastando com os costumes da época.
OS RISCOS DA CABRA-CEGA: RECORTES DE CRÍTICA LIGEIRA reúne parte da crítica de “rodapé” produzida pelo professor, poeta e crítico literário Cid Seixas, de 19 de setembro de 1994 a 9 de novembro de 1998, período em que manteve uma coluna semanal no jornal A Tarde, de Salvador, Bahia, totalizando 191 artigos. No irreverente título, o autor cifra um conjunto de referências que diz muito do conteúdo que iremos encontrar no interior do livro, a exemplo do tom irônico e provocativo que ele assume em relação ao exercício da crítica literária, a sua e a de outros tantos e diversos profissionais; a valorização do jogo lúdico e prazeroso que deve predominar em toda e qualquer relação com o texto literário; a defesa da leveza textual e da agilidade comunicativa como princípios básicos da crítica de “rodapé”. Rubens Alves Pereira e Élvya Ribeiro Pereira (Org.).
ESPAÇO DE TRANSGRESSÃO
E ESPAÇO DE CONVENÇÃO, por Cid Seixas
Ao viver com outros
indivíduos, o ser humano aceita um conjunto de normas e crenças socialmente
compartilhadas, tomando os mitos forjados pelo grupo como representação da
verdade. A falta de sintonia com as percepções impostas pelas vivências coletivas
é considerada uma forma de anormalidade, enquanto o ato de seguir
passivamente as formas estabelecidas é valorizado como atitude saudável. A
transgressão deste espaço fechado de miragens consentidas é identificada com a
loucura ou com o devaneio dos poetas, profetas e artistas.